“HERÓI E VILÃO”: A AMBIVALÊNCIA EMOCIONAL DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO EXPRESSA NO ORKUT

Autores

  • Ana Helena Ribeiro Garcia de Paiva Lopes Universidade Federal de São Carlos

Resumo

A aversão com relação ao magistério ainda se mostra fortemente presente na sociedade contemporânea, não havendo surpresa perante as diversas críticas referentes ao comportamento de uma grande maioria de professores, sobretudo no que tange ao sadismo pedagógico. O motivo de tal naturalização da imagem do educador como um ser frio e desumano tem raízes na conturbada trajetória do magistério. Marcada por castigos físicos, punições psicológicas e pela nociva soberba intelectual, a história docente contou ainda com um método de ensino mecânico, que se pautava na mera memorização de conteúdos abstratos e distantes da vida real do alunado. Assim, torna-se passível de compreensão a aversão que grande parte dos estudantes demonstra pelo professorado, somando-se a isto a repressão de tudo o que se sente por parte do mestre e, consequentemente, o aprisionamento da expressão discente. Contudo, os alunos parecem ter encontrado, ainda que seja fora dos muros da escola, um espaço em que podem dizer o que realmente sentem sobre seus mestres, seja a expressão de uma severa crítica a um comportamento docente, seja a manifestação de admiração com relação ao mestre, fato esse que destaca a relação de ambivalência de sentimentos entre tais agentes educacionais. O presente trabalho tem como norte a análise do modo como alunos manifestam seu afeto e seu ódio pelos professores, por meio da investigação de comentários de alunos nas comunidades virtuais do Orkut. Tal análise é embasa pela Teoria Crítica – tendo Theodor W. Adorno como autor central – e pela Psicanálise, sobretudo as essenciais contribuições de Sigmund Freud para o campo educacional. Por meio da análise dos resultados obtidos, pode-se concluir que o aluno, ao criar uma comunidade virtual no Orkut que verse sobre o professorado, parece querer compartilhar algo que está reprimido e que, na maioria das vezes, não tem condições de expor nas salas de aula: trata-se da necessidade de que o mestre compreenda a importância da adoção de uma postura humana em sua atuação pedagógica. Mais do que isso, o alunado clama por uma maior aproximação com o docente, por meio de uma relação dialógica, a qual parece ser, portanto, o caminho para a construção de uma Pedagogia que lute pela emancipação e pela consolidação da autonomia dos estudantes. Palavras-chave: Relação Professor-Aluno. Educação. Teoria Crítica. Psicanálise. Novas Tecnologias.

Biografia do Autor

Ana Helena Ribeiro Garcia de Paiva Lopes, Universidade Federal de São Carlos

Graduanda do curso de Pedagogia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e membro do Grupo de Estudos e Pesquisa "Teoria Crítica e Sociedade".

Publicado

28-05-2012

Edição

Seção

Resumos de Trabalhos de Conclusão de Curso (Descontinuado)