HOMENS NO MAGISTÉRIO. EU APOIO!

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Resumo

Este estudo teve como objetivo discutir por que há restrição de homens no magistério no exercício da docência com crianças. Esta pesquisa surgiu após o autor desta pesquisa, no ano de 2014, ter se deparado no Facebook, nas páginas relacionadas às vagas de emprego para área da Educação, que todas eram direcionadas à mulheres, e não para homens. A partir daí, surge a indagação: como professores homens ingressam no magistério, onde há predominância de mulheres atuando na docência da Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental? Diante disso, consideramos esta pesquisa qualitativa, do tipo história de vida. Entretanto, para coleta de dados criamos uma página no Facebook: “Homens no Magistério. Eu apoio!” com a pretensão de mapear/identificar professores homens que atuam na Educação Infantil e nos anos inicias do Ensino Fundamental. Utilizamos como instrumento metodológico aplicação de um questionário semiestruturado aos professores que acessaram a página “Homens no Magistério. Eu apoio!”. Ressaltamos que tivemos por meio deste o alcance de 18 docentes. No entanto, após a coleta de dados e sistematização das respostas, selecionamos quatro docentes para terem suas histórias de vida recriadas, sendo elas protagonistas, em diálogo com as vivências do autor desta investigação, apesar das outras histórias também serem contadas. Os referenciais teóricos que permearam tais discussões foram os estudos de (GONDRA; SHELER, 2008; CAMPOS, 2002; HYPOLITO, 1997) por assim traçarem uma visão geral sobre a formação de professores. No que diz respeito à temática “gênero” e “feminização do magistério” nos aproximamos das ideias de Carvalho (1999), Eugênio (2008), Rabelo (2013) e Louro (2014). Sobre a categoria preconceito nos apropriamos das afirmações de Chauí (1997), Crochík (2006) e Rodrigues et al. (2009), além de incorporar neste debate a Lei Diretrizes e Bases da Educação (1996) e as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Licenciatura em Pedagogia (2006) por mencionar a docência. Concluímos que a docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino fundamental, é ainda marcada como lugar feminino com base nos relatos dos professores que participaram desta pesquisa, mas, isto não impede que os mesmos se insiram nesta esfera, até porque as legislações (BRASIL, 2006, 1996) não fazem distinção entre os sexos, logo todos podem exercer a docência. Advém destacar que quando há a divisão sexista mencionada por um dos respondentes, comprova a não aceitação do outro, surgindo desta maneira o preconceito. Com esta evidência, podemos afirmar que homens enfrentam dificuldades para se inserirem como docente em escolas privadas, principalmente quando um dos entrevistados disse “querem saber meu sexo, depois meu rendimento” esbarrando neste caso, e em outros relatados nesta investigação preconceitos e estereótipos entorno do gênero “eles não sabem cuidar, a visão que as professoras possuem” respondeu um dos professores que trabalha na Educação Infantil.

Biografia do Autor

Jonathan Fernandes de Aguiar, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGE/UFRJ) sendo bolsista CAPES. Mestre em Educação na linha de pesquisa Ética, Inclusão e Interculturalidade pela UFRJ/CAPES (2018). Especialização em Psicopedagogia e Educação Inclusiva pela Faculdade de Educação São Luís (2017). Possui graduação em Pedagogia pela Faculdade de Educação da UFRJ (2016). Normalista pelo Instituto de Educação Carmela Dutra (2010). Pesquisador científico do Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à Diversidade em Educação (LaPEADE/UFRJ) e membro do Observatório Internacional de Inclusão, Interculturalidade e Inovação Pedagógica (OIIIIPE). Compõe a Secretaria Executiva do Fórum Estadual da Alfabetização do Rio de Janeiro - FEARJ; e desenvolve pesquisas no âmbito do Laboratório Integrado de Estudos de Alfabetização e Linguagem (LIA). É formador regional desde 2017 do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) realizando formação continuada de professores e gestores nos municípios do Rio de Janeiro. Anteriormente atuou como pesquisador do Grupo de Pesquisa Criar e Brincar: o lúdico no processo de ensino-aprendizagem (2012-2018).

Maria Vitória Campos Mamede Maia, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora da Faculdade de Educação da UFRJ

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Publicado

31-07-2019

Edição

Seção

Resumos de Trabalhos de Conclusão de Curso (Descontinuado)