A TRILOGIA FREUDIANA DOS TEMPOS DE GUERRA E MORTE COMO CHAVE DE COMPREENSÃO DOS ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DA PANDEMIA

Autores

Resumo

No presente artigo apresentamos uma trilogia do pensamento freudiano sobre os tempos de guerra e morte no intuito de analisar aspectos psicossociais da pandemia de Covid-19. Argumentamos ser esta crise humano-sanitária expressão de uma crise social e econômica que lhe precede e que se revela em crise de formas de subjetividades. Há tanto tendências existentes antes da crise humano-sanitária como novos elementos que a elas se aglutinam. Os aspectos psicossociais, de complexidade notável, não podem ser simplificados caso se pretenda uma abordagem e compressão aprofundadas. Isso implica recusar a patologização dos sentimentos e afetos, mas também elucidar os impactos sobre a saúde mental. Esse tem sido o esforço desenvolvido em atividades nas quais nos inserimos desde março de 2020, a saber: na atividade de extensão InformaSUS da UFSCar e no grupo interdisciplinar “Complexidade, Inteligência Coletiva e Coronavírus”. Conclui-se que os aspectos psicossociais são produto de um entrelaçar recíproco de formas de subjetividade e de sociabilidade que produzem vulnerabilidades e resistências, assim como precariedades subjetivas e objetivas. Verificam-se gradações em termos do impacto na saúde mental, cuja complexidade seria negada pela mera relação causal e mecânica entre as crises e o que se denomina distúrbios mentais e comportamentais.

Biografia do Autor

Eduardo Pinto e Silva, DEd UFSCar

Psicólogo pela PUC-SP, Mestre e Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da UNICAMP, pós-doutorado pelo Programa de Políticas Publicas e Formação Humana (PPFH) da UERJ. Professor Associado do Departamento de Educação (DEd) e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da UFSCar.

Downloads

Publicado

06-10-2020